Em relação à produção de artefatos e indumentária, ainda que boa parte da matéria-prima usada na elaboração seja fruto de trabalho cooperativo no grupo familiar, os artigos finais são criados através de operações individuais. Mas o artesão nem sempre se torna o proprietário do novo bem, principalmente em relação aos instrumentos de trabalho.
Diz a lenda que um menino chamado Milomaqui, pertencente à tribo Kamaiurá, cantava tão bonito que todos da aldeia paravam de trabalhar para ouvir seu canto. O cacique quando soube o que estava acontecendo ficou furioso, mandou prender o indiozinho e proibiu-o de cantar. Caso desobedecesse, mandaria tirar sua sombra.
Tempos depois Milomaqui foi liberto, e logo após ser solto o jovem índio fugiu para a floresta. Lá, encontrou uma linda menina e cantou para ela, e sem explicação a índia dormiu para nunca mais acordar. Milomaqui acabou sendo capturado pelo cacique que cumpriu a promessa de tirar sua sombra e o enterrou em um lugar de terra macia, no mesmo local nasceu uma árvore esguia, a paxiúba. Com ela os índios fazem as flautas que só podem soar para os homens: dizem que o canto de Milomaqui sobrevive dentro delas.
{fonte: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kaixana}
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